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A Descoberta da Penicilina: Um Acidente que Mudou a História da Medicina

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A penicilina é considerada o primeiro antibiótico eficaz da história. Sua descoberta, em 1928, pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming, marcou uma revolução sem precedentes na medicina.


Doenças antes fatais, como pneumonia, sífilis e septicemia, passaram a ter tratamento seguro e eficiente. Mas o que muitos não sabem é que essa descoberta foi fruto de um misto de acaso e perspicácia científica, que transformou uma simples placa contaminada em um marco da saúde mundial.

 

🔹 O Contexto Antes da Penicilina

No início do século XX, as infecções bacterianas eram uma das principais causas de morte no mundo.


  • Uma simples ferida podia levar à gangrena e matar.


  • Pneumonias, amigdalites e meningites eram praticamente sentenças de morte.


  • As guerras resultavam em mais mortes por infecções de ferimentos do que pelos próprios combates.


  • Tratamentos existentes eram tóxicos (como arsênico e mercúrio) e pouco eficazes.

Em resumo, a medicina estava de mãos atadas diante das bactérias.

 

🔹 O Episódio da Descoberta

Em setembro de 1928, no Hospital St. Mary’s em Londres, Fleming estudava bactérias do gênero Staphylococcus. Ele cultivava as colônias em placas de Petri, quando, após voltar de férias, percebeu que uma das placas havia sido contaminada por um fungo do ar.

O que chamou sua atenção foi algo singular:


  • Ao redor da colônia de fungo, as bactérias estavam mortas ou inibidas.

  • No restante da placa, cresciam normalmente.


Fleming, com seu olhar aguçado, percebeu que o fungo (Penicillium notatum) produzia uma substância com propriedades antibacterianas. Ele a nomeou penicilina, em referência ao gênero do fungo.

Muitos outros pesquisadores teriam simplesmente descartado a placa como “estragada”, mas Fleming viu ciência onde outros veriam erro. Essa capacidade de observar o detalhe foi a chave de sua genialidade.

 

🔹 Das Placas de Fleming à Produção em Massa

Embora Fleming tenha identificado e descrito a penicilina em 1929, ele não conseguiu purificá-la ou produzi-la em escala útil. A substância era instável e se degradava rapidamente. Foi apenas nos anos 1940 que uma equipe da Universidade de Oxford, liderada por Howard Florey, Ernst Chain e Norman Heatley, conseguiu isolar a penicilina e desenvolver métodos de produção em larga escala.


Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico e, depois, os Estados Unidos, investiram pesadamente na fabricação do antibiótico, que salvou milhares de soldados com ferimentos infectados. Em 1944, na invasão da Normandia (Dia D), já havia estoques suficientes de penicilina para todos os aliados feridos.

 

🔹 Impactos da Descoberta

  1. Redução drástica da mortalidade

    • Infecções antes fatais tornaram-se tratáveis.

    • Doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, tiveram cura efetiva.

 

  1. Avanço da medicina moderna

    • Cirurgias complexas, transplantes e tratamentos oncológicos só se tornaram possíveis porque havia antibióticos para conter infecções.

 

  1. Aumento da expectativa de vida

    • A penicilina e outros antibióticos que vieram depois prolongaram a vida média da humanidade em décadas.

 

  1. Reconhecimento histórico

    • Fleming, Florey e Chain receberam o Prêmio Nobel de Medicina em 1945 por seus trabalhos.

 

🔹 Desafios Posteriores: Resistência Bacteriana

O sucesso da penicilina abriu caminho para a criação de muitos outros antibióticos. No entanto, o uso excessivo e inadequado levou ao fenômeno da resistência bacteriana, hoje considerado um dos maiores desafios de saúde pública mundial. Bactérias resistentes já não respondem à penicilina e a outros antibióticos, trazendo o risco de um “retrocesso médico”, onde infecções simples podem voltar a ser fatais.

 

🔹 Conclusão

A descoberta da penicilina é um dos maiores exemplos de como a ciência pode nascer do acaso, mas também da capacidade de observar, interpretar e valorizar os detalhes. Fleming não inventou a penicilina — ela já existia na natureza —, mas foi ele quem teve a sensibilidade de enxergar em uma placa contaminada a chave para salvar milhões de vidas. Mais do que um antibiótico, a penicilina representa um marco filosófico da ciência: a ideia de que até nos acidentes pode haver grandes revelações, desde que haja olhos preparados para reconhecê-las.

 

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