COP30: entre a retórica verde e o fracasso anunciado
- Adrian Mcoy
- 17 de nov.
- 3 min de leitura

A COP30 deveria ser um marco histórico na hipócrita e absurda agenda global climática, mas terminou marcada por controvérsias, improvisos e contradições. O evento carregava a promessa de reposicionar o Brasil como liderança ambiental, no entanto, acabou expondo incoerências profundas — tanto na logística quanto na postura política de seus protagonistas.
A estrada polêmica: O verde que nasce do asfalto
Um dos símbolos mais comentados foi a estrada construída às pressas, aberta especificamente para viabilizar a logística do evento. Uma obra que, ao invés de representar progresso, tornou-se metáfora cruel da própria contradição da COP: devastar para falar de preservação. Ambientalistas, especialistas e até apoiadores do governo questionaram o impacto ambiental da intervenção.O argumento oficial — “necessidade de infraestrutura” — soou frágil diante da ironia: para debater a proteção da Amazônia, destruiu-se um pedaço dela.
O Navio de Luxo: Lula e a ladainha climática
O episódio da hospedagem do presidente em um navio de luxo altamente poluente tornou-se uma das cenas mais escandalosas da conferência.Um gesto completamente desalinhado com o discurso ambientalista que o governo tenta vender ao mundo. Enquanto líderes pediam responsabilidade ecológica e redução de emissões, o líder petista optava por uma acomodação:
cara,
extravagante,
desnecessariamente poluente.
Críticos internacionais não pouparam palavras! A incoerência pegou mal — muito mal — e reverberou nas manchetes globais.
A revolta dos povos indígenas
Outro descompasso: a postura diante das lideranças indígenas. Estes, convidados para representar “a voz da floresta”, denunciaram falta de escuta real, falta de estrutura e falta de respeito. Houve protestos, manifestações e acusações públicas de que a COP30 foi apenas uma vitrine política — não um espaço de diálogo verdadeiro. Para muitos deles, o evento serviu para o mundo posar de preocupado enquanto ignora aqueles que vivem, protegem e sofrem a realidade da Amazônia diariamente.
Imprensa com fome: um episódio surreal
Se houvesse sido planejada para o improviso, ainda assim teria falhado. Jornalistas relataram que não havia comida disponível nos primeiros dias, e muitos acabaram tendo que se alimentar apenas de sorvete oferecido no local, por falta de opção. O episódio virou piada nas redes sociais e manchetes internacionais como símbolo da desorganização. Em uma conferência que movimenta bilhões, como explicar a incapacidade de fornecer algo tão básico quanto alimentação à imprensa mundial?
O Reflexo Global: Decepção e Descrédito
O que o mundo viu foi:
um Brasil despreparado,
um evento desequilibrado entre discurso e prática,
e uma enorme oportunidade desperdiçada.
Especialistas estrangeiros classificaram a conferência como “a COP das contradições”, e até representantes de ONGs internacionais reportaram que saíram frustrados, afirmando que os resultados foram mínimos e a execução foi caótica. A imagem internacional do Brasil, que buscava se fortalecer como liderança ambiental, saiu arranhada.
O Propósito Traído pela Própria Hipocrisia
A pior herança da COP30 não foi logística — foi filosófica. É difícil cobrar responsabilidade global quando o próprio anfitrião parece incapaz de alinhar discurso e prática. O mundo não precisa de palco, precisa de soluções. Não precisa de navios luxuosos, mas de coerência moral. Não precisa de estradas improvisadas, mas de compromisso real com a floresta. Não precisa de sorvete para a imprensa, mas de planejamento e seriedade.
A COP30 entrará para a história — não como a cúpula da virada, mas como um lembrete gritante de que sem sinceridade, sem responsabilidade e sem humildade, nenhum discurso ambiental se sustenta.
